POLITÓLOGO DIZ QUE CIMEIRA ÁFRICA-FRANÇA É UMA ESTRATÉGIA PARA CONTORNAR ACTUAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL AFRICANA

O politólogo guineense, Rui Jorge Semedo, considera a cimeira África-França, realizada na última sexta-feira, de uma estratégia de controlar o movimento da sociedade civil africana que nos últimos anos tem criticado a influência francesa no continente, sobretudo na sub-região.

Pela primeira vez, centenas de jovens empresários, artistas, investigadores, atletas, estudantes e ativistas, estiveram reunidos em Montpellier (França) com o presidente francês, Emmanuel Mácron, para partilhar os conhecimentos e a ocasião também serviu para ouvir a juventude africana.

Na ciméria, a Guiné-Bissau fez-se representar com pelo menos duas individualidades. Convidado para comentar o formato entre os estadistas francês e a sociedade civil sem presença dos chefes de Estados e dos governos do continente africano, Rui Jorge Semedo diz que é uma forma de desenvolver o mecanismo de contornar a atuação da sociedade civil que tem exigido o fim do monopólio francês no continente.

“A França, com esta conferência, quer, realmente, desenvolver um mecanismo de poder contornar esta acção da sociedade civil. Por isso, a sociedade civil, que é o público-alvo desta conferência, não deve deixar e ser controlado por esta iniciativa francesa que não dignifica o próprio continente”, disse o politólogo que alerta que isso irá condições para que os países africanos comecem a criar estratégias do seu relacionamento com os países de outros continentes.

Para o analista a África continua a ser vista como um continente que não pode tomar decisões próprias.

Tanto a França, Rússia e China têm convocado sistematicamente as cimeiras com os países africanos, para o politólogo Rui Jorge Semedo isto não passa de uma isca aos líderes africanos afirmando que é uma utopia pensar que a partir destas cimeiras que podem ser delineados estratégias na luta contra a pobreza e imprimir o desenvolvimento nos países africanos.

“Não é a partir desta encontro que os Estados africanos vão conseguir desembaraçar e soltar de muitas amarras. (…) Neste momento, a França considera a sociedade civil como um actor chave que poderá contribuir a frear um ganho que há um bom tempo tira da África”, sustenta Rui Jorge.

O politólogo alerta ainda que o futuro da África para acabar com esta forma de cooperação da França depende da postura da sociedade civil africana no mesmo encontro, e “se deixarem e serem manipulados com a classe política africana quer dizer que estaríamos a adiar a possibilidade que os países africanos podem encontrar neste momento pelo menos para projectar uma nova forma de relação com todos os países ocidentais.

O formato também foi criticado pelo jornalista e professor universitário guineense, Armando Lona. Na sua página de facebook, o guineense diz que se trata de “mais um capítulo na telenovela de entretenimento” entre França e o continente africano, sobretudo com sua zona de maior influência, África ocidental e a central.

Alertando por outro lado que a designação Cimeira África-França é uma confirmação da lógica de diversão que se tem registado ao longo dos tempos. A designação correta para o jornalista, é “Cimeira França-África”. Uma vez que a iniciativa é francesa e os resultados esperados serão para França, não para África.

Na mesma publicação o jornalista diz que o impacto do fim iminente da dominação monetária afetará “sem sombra de dúvida o poderio militar francês no continente”.

“Não haverá dinheiro para sustentar a logística das várias bases militares já fortemente contestadas pela opinião pública africana”, lê-se ainda na mesma publicação.

O presidente francês anunciou no final da cimeira África-França um fundo de inovação para a democracia no valor de 30 milhões de euros para apoiar a sociedade civil africana.

 

Por: Braima Sigá

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