“O PR CESSANTE BATEU NO LIMITE”, DIZ POLITÓLOGO
O comentador político da Rádio Sol Mansi (RSM), Rui Jorge Semedo, considera, hoje (29 de Outubro), de muito grave as consequências políticas do decreto do Presidente da República (PR) cessante que demite o governo liderado por Aristides Gomes
Numa análise política, à RSM, o politólogo Rui Jorge Semedo disse que o decreto mina os esforços feitos pelo país e abre precedentes para situações de sobressaltos políticos. O politólogo disse ainda que o acto do PR cessante põe em causa a última resolução dos chefes de Estados da CEDEAO que o veda de produzir qualquer decreto presidencial apesar de manter no poder.
“O PR cessante bateu no limite. Acho que este decreto é de vergonha porque tanto politicamente como juridicamente não tem consistência”.
Semedo disse ainda que decisão do PR cessante confirma a desconfiança sobre a preparação de um golpe de Estado sendo que o PR cessante assinou um decreto que não tem sentido legal.
“O PR cessante acabou por optar de uma forma muito irracional para produzir um decreto sem efeito. O PR cessante mostrou desde iniciou que tem dificuldades em interpretar as leis e a constituição da República que sistematicamente durante os seus 5 anos tomou decisões ao contrário das orientações constitucionais”.
Rui Jorge Semedo disse ainda que o PR cessante não considera os acordos assumidos com a comunidade internacional. Segundo ele, Jomav actua mais como um candidato independente do que o chefe da nação.
“O PR além da dificuldade em interpretar as leis, não considera os parceiros internacionais. Ele faz o que quer e sem levar em conta os riscos pelo país. O argumento para produzir o decreto é muito fraco e não é consistente”
O comentador político da RSM, Rui Jorge Semedo, disse que o conselho de Estado, realizado, ontem (28), a noite, é caduco sendo que os membros são da 9ª legislatura. Semedo disse que o presidente corre risco de recorrer da sua decisão.
“Porque é que o Conselho de Estado não teve lugar de dia e foi empurrado para a noite? A noite teve um apagão por completo, isso colocou o país em risco total. As pessoas estão preparadas para outras situações e se houver qualquer reacção poderá ter consequências imprevisíveis”.
O Presidente da República cessante, José Mário Vaz, demitiu ontem (28 de Outubro), o governo liderado por Aristides Gomes, através de Decreto Presidencial N° 12/2019, tornado público por volta das 23 horas de Bissau
O chefe de Estado justificou no decreto que a decisão foi tomada na sequência da “grave crise política” que “põe em causa o normal funcionamento das instituições da República da Guiné-Bissau”.
Durante os 5 anos de mandato, este é o oitavo governo a ser demitido pelo PR cessante, José Mário Vaz.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
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