Greve no setor de saúde e educação: ESTUDANTES APELAM PARTICIPAÇÃO NAS SALAS DE AULAS
A Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAIGUIB) apela os alunos para continuarem a frequentar as salas de aulas, mesmo com a greve convocada pela Frente Social, que engloba os sectores da educação e saúde.
O apelo da organização estudantil guineense foi registado, hoje, pela Rádio Sol Mansi a propósito do primeiro dia da segunda vaga de greve convocada pela Frente Social.
De acordo com o Secretário-geral da CONAIGUIB, Braima Candé, “a greve está a ser aderida de forma parcial, porque há alguns professores que estão a leccionar, por isso, temos que ir as aulas”.
Não obstante ao apelo, Braima Candé, admitiu que “esta vaga de paralisação das aulas nas escolas públicas está a ter as suas consequências preocupante, porque nos últimos tempos número considerável de alunos dos estabelecimentos públicos preferem inscrever-se nas escolas privadas em detrimento dos públicos”.
Por isso, Candé diz que “se persistir esta situação de impasse entre o governo e o sindicato, vamos realizar uma manifestação a fim de exigir que os nossos direitos de ir às aulas sejam respeitados”.
Em alguns liceus visitados esta manhã pela Rádio Sol Mansi, notou-se pouca presença dos professores nas salas de aulas, enquanto, vê-se um grande número de alunos no recinto, e outros estão abandonar os próprios estabelecimento, devido a escassez dos professores, que na sua maioria aderiram a greve de 5 dias convocada pela Frente Social.

Familiares dos pacientes procuram outros centros de saúde
No entanto, os familiares dos pacientes internados nos diferentes serviços do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), estão a abandonar os serviços deste maior centro hospitalar do país, com destaque para a pediatria, por falta de atendimentos aos seus doentes devido a greve hoje iniciada.
Os serviços neste hospital, encontram-se parcialmente deserta neste momento e o pessoal da saúde não estão a atender todos os pacientes.
A Rádio Sol Mansi ouviu alguns pais que estão internados com as suas crianças bem como aqueles que foram a consulta, na pediatria do HNSM que disseram que foram convidados a ir para um outro centro de saúde, porque estão em greve e vão atender somente casos de urgência.
“ Meu filho está internado, deve sair hoje e não há médicos para dar alta. Hoje, nenhuma criança foi atendida naquela sala ninguém e são mais de 4 pais que a sair com os seus filhos a procura de outros centros de saúde”, explicou.
Por outro lado, algumas mulheres grávidas que se encontravam no HNSM afirmaram que foram a procura dos serviços da ecografia, e que vieram do Centro de Saúde de Bairro Militar, onde não foram atendidas, pelo que recorreram ao hospital Simão Mendes, mas igualmente, não conseguiram atendimento.
Entretanto, os que estão internados na maternidade do mesmo hospital, afirmaram que os seus doentes foram todos atendidos esta manhã.
Entretanto, o maior hospital do país está quase deserto por causa da greve iniciada hoje e tem a duração de cinco dias. A maioria das salas de atendimentos está vazia. No serviço de pediatria encontram-se em cima da mesa e nas paredes os avisos de que estão de greve.
De referir que a greve iniciada hoje repercutiu nas regiões com destaque para o setor de Bigene com uma paralisação de quase 70% e no setor de Empada, a paralisando por completo o centro de saúde sectorial.
Por: Braima Sigá/ Bíbia Mariza Pereira
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