CIDADÃO JAMEL HANDEM MANIFESTA INQUIETO PERANTE A ACTUAL SITUAÇÃO VIGENTE NO PAÍS

O cidadão Jamel Handem inquieto com habituais dificuldades que os cidadãos enfrentam no dia-a-dia com a má qualidade e inoperância dos nossos sistemas de saúde e educação, custo de vida insuportável aliado ao baixo rendimento familiar, má qualidade das estradas e vias de acesso, abusos de autoridade e violações constantes dos seus direitos fundamentais a que se sujeitam impunemente, questionou o presidente da Republica sobre sua Visão sobre o Estado Social do País e as Suas Aspirações para relevar a degradante e má condição de vida das nossas famílias e população em geral.

Eis na íntegra a carta dirigida ao Umaro Sissoco Embaló

A S. Excelência,

Sr., Dr. e General do Exército

Umaru Sissocó Embaló,

Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas da República da Guiné-Bissau

Bissau, 12 de Outubro de 2021

Assunto: Interpelação Pública à S. Exa Presidente da República

Excelência, Sr. Presidente da República,

Sou um simples cidadão atento e preocupado com a situação cultural, ambiental, social, político e económico do país.

Nessa qualidade tomei a liberdade de dirigir a Vossa Excelência está "Interpelação Pública*, não para fazer os queixumes habituais sobre as dificuldades que os cidadãos enfrentam no dia-a-dia com a má qualidade e inoperância dos nossos sistemas de saúde e educação, custo de vida insuportável aliado ao baixo rendimento familiar, má qualidade das estradas e vias de acesso, abusos de autoridade e violações constantes dos seus direitos fundamentais a que se sujeitam impunemente e impotentes, só para citar o que a nossa consciência coletiva reclama.

Excelência,

Está "Interpelação Pública" tem sim, a pretensão de questionar e alertar V. Excelência na qualidade de Primeiro Magistrado da Nação Sobre o Estado da Alma Guineense na conjuntura actual do país, Sobre as dúvidas no Presente e no Futuro da Nossa Pátria Amada conquistada com sangue, suor e muitas lágrimas deste humilde e heróico Povo da República da Guiné-Bissau.

Assim, pretendo também abrir o meu coração a um compatriota que julgo irmão e manifestar o que me vai na alma e pretensiosamente expressar em nome dos Sem Voz e fazer chegar a Vossa Excelência o Grito Silencioso de um Povo que ecoa nas margens do Geba e do Corubal e se serpentea pelas Matas Profundas do Cantanhez até se elevarem nas Colinas Sagradas de Boé.

Excelência,

A primeira questão que coloco é sobre qual é a sua Visão sobre o Estado Social do País e as Suas Aspirações para relevar a degradante e má condição de vida das nossas famílias e população em geral?

A segunda questão é para saber como avalia a corrupção e a impunidade que graçam pelas instituições públicas, a mão dos seus Responsáveis e que corroem a vida dos cidadãos e a imagem do país? Como pretende acabar com este 'estado de coisas nossas, bem nossas", parafraseando o nosso ilustre e saudoso Camarada Jorge Ampa Cumelerbo?

Excelência,

Como pretende durante a Sua Magistratura, parando de enumerar, salvaguardar a Unidade Nacional face a presença cada vez mais visível do etnicismo? Onde fica a indivisibilidade e a laicidade do Estado? Que será das minorias étnicas e religiosas num futuro próximo?

Excelência,

Qual o país que sonhou ou sonha construir na Guiné-Bissau? Como pretende reunir os guineenses em torno dum mesmo sonho, acreditando que sonha, para fazer alavancar o país rumo ao progresso e ao bem-estar das populações?

Excelência,

Como interpreta o Estado de Direito e Democrático na Guiné-Bissau vis-a-vis ao estado atual dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos plasmados na Constituição da República? Como pretende defender e proteger o cidadão indefeso e em situação de vulnerabilidade (quin pá é pubi)?

Excelência,

Na situação atual de medo e insegurança, duma Justiça perdida nos meandros das disputas e influências políticas partidárias, corrompida e atrapalhada por si mesmo, como pensa que o país é visto externamente e que garantias dá nas suas viagens de "Diplomacia Agressiva" aos investidores estrangeiros, aos doadores e banca internacionais para arriscarem os respectivos capitais e fundos na Guiné-Bissau? Acha que nesta situação existe ambiente para negócios e trocas comerciais seguras e duradouras com o mundo global"? Onde estamos nós, como defende os nossos interesses comuns? Que benefícios o seu frenético vai-e-vem aéreo e aeroportuário já trouxeram ao país? Como canaliza esses resultados (se já existem?) ou melhor, como são traduzidos para o bem-estar do Povo?

Excelência,

Deixe-me abrir-lhe a minha alma: "o país vai mal" (como alguém já cantou algures pela África), o guineense vive em sofrimento, no limiar da insegurança alimentar e da pobreza. Ninguém acredita mais no "Mérito e na Bondade da Sua Magistratura", o seu Governo é uma "manta de retalhistas", vilipendiada por interesses egoístas e obscuros dos detentores dos cargos públicos da Vossa escolha e inteira responsabilidade. O Governo parece uma Banda de Músicos Tresmalhado. A confiança quebrou-se e o salve-se quem puder se instalou. O retorno aos "Gã" (lembrando o meu sócio Perdigas) tornou-se no porto seguro e única salvação das famílias e indivíduos guineenses. Que vergonha Sr Presidente (com o devido respeito, não venha aí o "tchute no quintal do Palácio da República. Também já não faz diferença, sofre-se na mesma)? Por onde anda com a cabeça? Já imaginou o ponto da desgraça a que este país chegou? Consegue medir a infelicidade desta Nação a deriva e maltratada pelos escolhidos do Povo para exercerem o Poder em seu nome?

Excelência,

O meu coração está ferido, por isso não resisto a uma pergunta para a posteridade: já pensou no que a história dirá da Sua Magistratura? O que dirão as futuras gerações ou acabam nesta "geração do concreto"? Não acredita na transferência ou passagem geracional ou tem dificuldades em a perceber no sentido positivo da palavra? Odeia os seus ascendentes ou tem problemas mal resolvidos com eles? Porque pontapeia toda a gente, qual é o seu "leitmotiv? Em que ondas anda V. Excelência? Deixe-nos percebê-lo", Sr. Presidente. Ama o seu próximo ou desdenha-lo? A vida de outrém não tem valor para a Vossa Senhoria? Ama o seu umbigo mais do que a si mesmo e os seus?

Excelência,

A idade avançada (ou seja, um cá bedjo, má n'tarda dja na és mundo) e o bom senso aconselham-me a não ir mais longe por agora, mas posso voltar a qualquer momento com outras questões e alertas porque sei que a alma e o coração não me deixarão. Sempre que a consciência pesar e estiver vivo, voltarei Sr Presidente.

Excelência,

Para terminar, deixo-lhe com um velho ditado, tão antigo como o saber humano: APRENDER NÃO OCUPA ESPAÇO. Aprenda a ESCUTAR, saiba que ouvir não é escutar. Escutar é mais profundo, leva-nos a compreender a essência humana, a compreender o mundo em que vivemos, mas sobretudo torna-nos mais JUSTOS E APTOS A PARTICIPAR E A LIDERAR A NOSSA SOCIEDADE QUANDO O NOSSO DESTINO ASSIM O DITAR e não se deve nunca desperdiçar o DESTINO ou ficamos sem rumo (suma pena de galinha na Bento).

Na expetativa de uma boa leitura e compreensão, me subscrevo com elevada estima e guineindade.

De V. Excelência

Atenciosamente,

Jamel Handem

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