“ACTUAÇÃO VIOLENTA CONTRA POPULAÇÃO CONTRIBUI PERIGOSAMENTE PARA RUPTURA DA PAZ SOCIAL”, PR CESSANTE

O Presidente da República (PR) cessante condena a violência e perda de vida humana registada durante as manifestações, ontem (26), em Bissau, promovidas por alguns partidos políticos que visa critica a forma como está a ser organizada as eleições

Ontem a noite (26), na sua mensagem à nação, José Mário Vaz declara que Guiné-Bissau está de luto e, no entanto, afirma que a “mortífera violência” da repressão policial contra uma marcha representa uma “disrupção que se afasta vertiginosamente dos valores que temos promovido, semeando mais crispação e discórdia, agravando as desconfianças em relação ao processo de preparação da eleição presidencial”.

“Na Guiné-Bissau não pode haver mais lugar para o quero, posso e mando, nem para um governo que dispõe aleatoriamente do direito à vida dos cidadãos”.

Para o PR cessante, a “actuação violenta” do actual governo contra a população contribui perigosamente para a ruptura da paz social.

“No passado dia 22 do corrente mês a Presidência da República advertiu e instou o governo a assumir a responsabilidade plena pelos seus actos e pela forma fracturante como vem conduzindo matérias tão sensíveis e determinantes para o futuro do nosso país”, lembra.

Na ocasião, o comunicado da presidência refere que qualquer perturbação da ordem vigente será da exclusiva responsabilidade do governo.

Ainda na mesma ocasião, Mário Vaz afirma que a violência da repressão policial contribui pra a rotura da paz social e igualmente demonstra que os apelos à sensatez, proferidos por ele (PR), não tiveram eco dentro do governo, e acusa o governo de estar a tentar ao todo o custo, semear a confrontação, o caos e instabilidade com o objectivo de inviabilizar eleições que se pretende transparentes, livres e justas no dia 24 de Novembro.

“Esta estratégia de confrontação resultou hoje (26) inúmeros feridos e um morto já confirmado, facto inédito que envergonha e entristece a Guiné-Bissau”.

Ao Primeiro-Ministro, o PR cessante convida a retirar as consequências políticas dos actos da referida manifestação impedida pelas forças de segurança que resultou no lançamento de gás lacrimogénio.

Também, horas antes do confronto, a Liga Guineense dos Direitos Humanos manifesta o seu repúdio a decisão do governo de Aristides Gomes de restringir a liberdade de manifestação.

No mesmo dia que Sandji Fati, dirigente do Madem-G15, promete accionar todo o mecanismo necessário para que a justiça seja feita sobre o ocorrido.

A mesma medida foi defendida pelo vice-presidente do Partido da Renovação Social, Sertório Biote, que convidou por outro lado o Presidente da República e a comunidade internacional agrupado no P5, para tirarem as suas conclusões sobre atitude que ele considera de bárbaro e violento.

Já Eduardo Paulo Sanhá, mandatário do José Mário Vaz para presidências de novembro, considera de um ato brutal, a actuação das forças polícias contra os manifestantes e que resultou no óbito de um dos manifestantes.

Mario Fambé, em representação da directoria da campanha do Nuno Gomes na Biam, líder do APU-PDGB, considera de dolorosa atitude da força da segurança contra os manifestantes.

O incidente que envolveu os manifestantes e as forças polícias, na qual resultou num morto e vários feridos, ocorreu na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, que liga o aeroporto a centro da cidade de Bissau. A morte foi confirmada hora depois do incidente.

Numa carta enviada, um dia antes das manifestações, aos organizadores do protesto, o Ministério do Interior explicou que o protesto não era autorizado por o executivo não ter condições de garantir a segurança necessária à manifestação.

Depois dos confrontos, e confirmado a morte de um adulto durante as manifestações, o Ministério de Interior disse que um inquérito será aberto sobre o caso.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos