Tentativa de golpe de Estado: GUINEENSES PEDEM INVESTIGAÇÃO
A Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau (parlamento), vários partidos políticos e sociedade civil condam com veemência as tentativas de “subversão da ordem constitucional”.
Entre as notas, a casa do povo (o parlamento), através da sua vice-presidente, diz que a tentativa foi verificada numa altura em que o país estava a recuperar a sua imagem de estabilidade e da credibilidade internacional.
També o PAIGC, através do seu líder, Domingos Simões Pereira, condena a “tentativa de golpe” e exige um "inquérito sério" para apurar o que terá acontecido, na terça-feira, em Bissau, e responsabilizar os culpados.
Em entrevista à DW, o líder do maior partido da oposição exige a criação de uma comissão internacional de inquérito para apurar responsabilidades. Simões Pereira diz que não ficou absolutamente convencido com as explicações do chefe de Estado sobre os supostos autores do ataque, alegadamente ligados ao narcotráfico.
No entanto, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) que lidera a coligação governamental no país também condenou a tentativa de golpe de Estado.
Num comunicado (MADEM-G15) classificou o ato como “bárbaro e violento2 e considerou que o incidente tinha como objetivo “pôr em causa, mais uma vez, a ordem constitucional e o Estado de direito democrático na Guiné-Bissau”.
O Partido da Renovação Social (PRS), a segunda maior expressão da coligação que sustenta atual executivo, no seu comunicado, encoraja as autoridades nacionais, nomeadamente, os órgãos da soberania, os partidos políticos, as organizações de sociedade civil a prosseguirem na via de conjugação de esforços com vista a encontrarem uma plataforma de entendimento para resgatar o país do crónico ciclo de instabilidades.
A Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, condenou o que apelidou de "ato ignóbil" de tentativa de subversão da ordem constitucional, ato esse atentatório da integridade das instituições Republicanas e que põe em perigo as conquistas democráticas, a paz social, unidade e concórdia nacional.
A APU-PDGB apela para que os responsáveis sejam responsabilizados e punidos pela Justiça.
A União para a Mudança, liderado por Agnelo Regala, também representado no parlamento por um deputado, diz á nossa reportagem que não tem alguma declaração a fazer a respeito do sucedido ontem que vitimou segundo a lusa 6 mortos.
Já o partido Movimento Ba-fatá manifesta seu repúdio pela “prática antidemocrática que esse grupo tomou para chegar ao poder” e condena o ato que considera de vil contrária ao exercício de direitos políticos e de cidadania reservado pela constituição de República da Guiné-Bissau.
O Partido da Unidade Nacional, liderado por Idriça Djaló, exorta às instituições judiciais a cumprirem as suas responsabilidades levando a cabo uma investigação “séria” e “isenta” dos acontecimentos “trágicos” que, mais uma vez, ensombraram o país, ontem.
Em uma nota na sua página oficial no Facebook, o partido escreveu que o país foi “uma vez mais, o teatro da irrupção da violência no funcionamento das suas instituições políticas”, condenando “firmemente e sem reservas” o recurso à violência no espaço público e político.
Para o PUN, nenhuma razão justifica que um grupo de soldados ou homens armados tentem colocar em causa as regras democráticas da República, tomando de assalto às suas instituições.
Ainda nas notas a direção superior do Partido para Justiça Reconciliação e Trabalho – Plataforma das Forças Democráticas também repudiaram “a subversão de Ordem Constitucional pela prática antidemocrática que o grupo ainda por identificar tomou para chegar ao poder” e condenam com veemência este “ato mesquinho, contrário ao exercício de direitos políticos e cidadania consagrados na lei magna do país ao seu respetivo martirizado povo”.
No campo social, a Liga Guineense dos Direitos Humanos insta as autoridades judiciárias a desencadearem uma investigação transparente e conclusiva com vista ao esclarecimento das circunstâncias em que ocorreram a suposta insurreição.
Por outro lado, a Liga lamentou as mortes ocorridas e manifesta a sua “profunda” solidariedade aos familiares das vítimas, exigindo as autoridades a observar escrupulosamente os dispositivos legais no decurso das investigações em curso, evitando assim de comportamentos capazes de configurar caça às bruxas.
O Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento também exorta a abertura de inquérito por forma a esclarecer as circunstâncias que ocorrem a tentativa de golpe de Estado e a responsabilização dos seus autores morais e materiais.
Depois de um dia de tiros com armas pesadas que resultaram de várias mortes, a cidade de Bissau parece estar tranquila embora as pessoas ainda com receio de sair às ruas.
Ainda na noite desta quarta-feira, o ministro do Interior deve falar à imprensa para explicar o que teria acontecido ontem e que criou tumultos ao país.
Ontem, o presidente da República já tinha dito que a situação já está sob controlo e disse que o ato de ontem tem a ver com a sua luta contra o narcotráfico e que os supostos envolvidos seriam pessoas sob a investigação.
Entretanto, ontem, em análise, o comentador dos assuntos políticos da Rádio Sol Mansi, Rui Jorge Semedo, considera de muito triste e vergonhosa a situação verifica, ontem, no palácio do governo, onde foram verificadas trocas de tiro quando decorria o Conselho de Ministro.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/Braima Sigá
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