GREVE NO SETOR DE SAÚDE: UTENTES NO HNSM PEDEM AJUDA PORQUE ESTÃO A PASSAR "MUITO" MAL

A greve da Frente Social está a ter um impacto negativo no Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), o maior centro hospitalar do país. Os doentes e os seus acompanhantes pedem que o governo e os sindicatos se sentem à mesma mesa para evitar mais mortes.

A Rádio Sol Mansi esteve no e visitou as instalações da pediatria, cuidados intensivos, maternidade, pediatria e urgência, e pode constatar que os serviços mínimos estão a ser respeitados, embora alguns doentes foram obrigados a receber altas.

A RSM esteve no serviço da urgência e viu que as instalações se encontravam quase vazias, e os doentes em situações mais graves foram evacuados para o Hospital Militar Principal, e para as clínicas privadas.

Em conversa que tivemos com os pacientes e seus familiares, eles pedem que a situação seja ultrapassada o mais rápido possível, porque neste momento quem sofre com esta greve, é a própria população.

"Que nos ajudem, porque estamos a passar muito mal e é preciso que as pessoas sintam dor da população", pede uma idosa que tem um familiar na maternidade.

"Houve vários doentes que não foram atendidos. Isso é uma coisa que o Estado deve prestar a atenção porque a saúde é tudo, a situação que estamos a assistir neste momento é tão grave e lamentável porque estamos a assistir pessoas a lamentarem mortes", disse um jovem guineense que espera por atendimento lembrando que quem mais sofre é a camada mais carenciada.

"Estamos aqui com os nossos doentes nas mãos. Não temos por onde ir e estamos aqui desde de manhã. Que eles sintam dor de nós, porque quando é verificada greve nos hospitais a morte é incalculável", lamenta uma idosa que estava sentada no recinto dos Cuidados Intensivos do HNSM.

"A greve nos hospitais provoca mortes, principalmente de grávidas. Quero que o governo tenha atenção à área de saúde", disse um outro cidadão cuja mulher encontrava-se na maternidade no processo de parto.

"As pessoas estão aqui a chorar e isso não é nada bom. Que façam os seus trabalhos porque esta greve é perigosa. Eles têm por onde recorrer para o tratamento médico, e nós estamos sentados aqui sem muita coisa por fazer", pede mais um jovem guineense ouvido pela RSM.

Já o diretor de Serviços do Banco de Socorro do HNSM, Bubacar Sissé, confirma que a greve está a ter impacto, e neste momento está a ser verificado apenas o serviço mínimo.

Ele disse ainda que neste momento, nos serviços mínimos, estão a dar prioridade aos doentes que estavam internados antes do incio da greve porque "são os que estão nas nossas responsabilidades e temos que dar assistência sobretudo aos que estão em estado grave".

"Os doentes ambulatórios são enviados para a consulta externa, e alguns mandamos para o Hospital Militar Principal assim como clínicas, mas aqui não conseguimos dar uma resposta para todos", explica.

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, o porta-voz da frente social, Yoio João Correia, pede ao governo para ser mais sensível em relação às áreas de saúde e da educação, porque quem mais sofre é a população.

"Que tenham sensibilidade com o problema dos trabalhadores e do povo. (…) Tendo pessoas que trabalham nos hospitais sem salário e cerca de 5 mil pessoas que lecionavam na semana passada sem salários, e em que condições eles devem voltar para as salas de aulas e estes governantes nunca ouvimos que reclamaram o pagamento dos seus salários", enfatiza.

A greve segundo informações, afeta o funcionamento do Hospital de Hansen Raoul Follereau, a RSM tentou falar com o administrador deste Hospital, mas não obtivemos nenhuma resposta satisfatória.

 

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará

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