ANALISTA POLÍTICO DIZ SER “VERGONHOSO” O QUE SE VIU DURANTE O ENCONTRO ENTRE CHEFE DE ESTADO E OS PARTIDOS POLÍTICOS

O comentador dos assuntos políticos da Rádio Sol Mansi, Rui Jorge Semedo, disse que na reunião entre o presidente da República e os partidos políticos representados no parlamento assistiu-se a atos vergonhosos porque a maioria não teve a autonomia de contar ao público o teor do encontro.

“O que ouvimos aqui é muito vergonhoso. (…) Quando  os partidos perdem a capacidade de serem os donos de si mesmo e de expressarem por si mesmo como vivemos outrora na Guiné-Bissau, acaba-se por começar a aceitar que a democracia está em risco na Guiné-Bissau. Porque o que ouvimos aqui não era o que esperavámos”, sustenta o analista político.

Rui Jorge Semedo falava, hoje, em análise ao encontro entre os partidos políticos representados no parlamento e o chefe de Estado. Segundo ele, isso demonstra a forma como “infelizmente” a liderança política na Guiné-Bissau tem estado a ser tutelada.

“Eles não têm uma autonomia de realmente se pronunciar e prestar a conta ao público. (…) Mesmo que possamos depois assistir a comunicação oficial da presidência da República, isso não impede a sociedade de saber por eles próprios sobre o assunto discutido”, sustenta Semedo na mesma entrevista À RSM.

Por outro lado, disse Rui Jorge Semedo, teve a comunicação de Nuno Nabiam que informa que o presidente falou das eleições e precisamos saber em que sentido, porque “lembramos que o presidente antes da marcação da data das eleições tinha ouvido os partidos políticos e porque chamou os partidos desta vez, e o que foi discutido”.

“Nuno Nabiam também não foi muito claro, aliás fala na criação de um espaço de consenso, talvez seria muito melhor que fale das condições do parlamento onde o seu partido está representado. Ele deveria ser mais objetivo e defender realmente o que é legalmente aceitável. O parlamento foi dissolvido quando isso não deveria acontecer, agora a comissão permanente que funcionava, como manda a constituição, foia assaltada e uma pessoa foi colocada à revelia para assumir este cargo”, enfatiza Rio Jorge lembrando que durante o contato o líder da APU-PDGB deveria abordar esta situação para depois dizer isso publicamente.

Segundo o analista, no atual momento que o país vive é necessária não só frontalidade mas é necessário que as pessoas procurem ser um “bocadinho” mais inteligentes na forma como fazem a política.

Em relação à ausência do PAI-Terra Ranka no encontro com o presidente Sissoco Embaló, Rui Jorge Semedo disse que isso pode estar ligado com o ambiente político vivido no país.

Ele disse que a coligação poderia marcar a sua presença em respeito à figura do chefe de Estado.

“Não foi inteligente a decisão do PAI Terra-Rana em ausentar o encontro. Independente da motivação ou da leitura, mas tiveram por obrigação de ir ao encontro porque eles reconhecem publicamente a figura do presidente da República”, defende.

PARTIDOS POLÍTICOS RECUSAM AVANÇAR TEOR DO ENCONTRO

No entanto, sobre as audiências na Presidência da República, a maioria dos partidos, com exceção da APU-PDGB, recusaram-se a falar do teor dos encontros de hoje.

Nesse mesmo encontro, a coligação PAI-Terra Ranka, não marcou presença, alegando que já havia entregado uma correspondência à presidência da República.

À saída do encontro, o porta-voz do MADEM G15, Aristides Ocante da Silva, da ala liderada por Satu Camará Pinto, disse que durante o encontro deram as suas opiniões em relação aos assuntos do interesse nacional.

O segundo partido recebido em audiência foi o PRS da ala de Feliz Nandunguê, Também à saída preferiu não anunciar o “pano de fundo” da conversa que mantiveram com o Chefe de Estado, mas garantiu que as questões das eleições não foram discutidas.

Desde já, Félix diz que a sua ala vai concordar com qualquer decisão que venha a ser anunciada pelo porta-voz da presidência.

A direção do Partido dos Trabalhadores Guineenses também foi recebida. O porta-voz, Mamadu Saliu Lamba, prefere também não revelar o conteúdo da conversa.

Já o líder da APU-PDGB, Nuno Gomes Nabiam, disse que durante o encontro colocado em cima da mesa estava a situação das eleições no país agendadas para o dia 24 de novembro próximo. Mas defende a criação de um espaço de diálogo político à volta do processo eleitoral.

Segundo os partidos, a presidência deve proceder a uma comunicação formal sobre o encontro de hoje.

 

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará

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