ANALISTA DISSE QUE REMODELAÇÃO GOVERNAMENTAL É ESTRATÉGIA DO PRESIDENTE CONTROLAR O PODER EXECUTIVO
O Analista Político, Rui Jorge Semedo, disse que a remodelação governamental é vista numa perspetiva de consolidar o poder do próprio presidente da República que tenta controlar e influenciar os poderes e do desempenho do atual executivo.
“Temos que ver esta remodelação na perspetiva de realmente o presidente da República consolidar o seu poder, e realmente tenho as minhas dúvidas se realmente foi uma proposta do primeiro-ministro ou foi a vontade do próprio presidente da República em mexer nas pedras do próprio governo”, sustenta.
Semedo disse ainda que todas as pastas estratégias e da soberania do país são ocupadas por pessoas muito próximas ao presidente da República e não por pessoas influentes de partidos que sustentam o atual executivo.
“É bom perceber o desenho feito nesta remodelação, porque o presidente cada vez mais procura consolidar e controlar o executivo colocando nas funções pessoas da sua confiança”, enfatiza Rui Jorge Semedo que isso irá tirar a relevância do primeiro-ministro como líder e cada vez mais o presidente investe na sua estratégia, mesmo sem demitir o primeiro-ministro, mas vai deixá-lo sem a capacidade de influenciar o desempenho do governo e a sua relação com o seu ministro.
A nova orgânica do governo passa a ter 22 ministérios e 8 secretarias de Estado. Instado a falar sobre isso, Rui Jorge Semedo disse que o fato é preocupante porque tendo em conta a capacidade económica do país sendo que vai dotar o tesouro público com mais encargo.
“É mais uma despesa que aumenta para o tesouro público, porque existe a necessidade de satisfazer os partidos com pastas ministeriais porque a estratégia do presidente é controlar os ministérios com maior capacidade de arrecadação”, disse.
Na remodelação feita, ontem, o Presidente exonerou ministros que também foram nomeados em outros ministérios e apenas uma mulher foi nomeada.
São dois decretos publicados simultaneamente e no segundo a maioria dos políticos exonerado foram nomeados em outras pastas e ou secretarias de Estado.
Portanto, no decreto publicado o presidente da República exonera Augusto Gomes, ao cargo do Ministro dos Transportes e Comunicações, e agora nomeado ao cargo do ministério da cultura, juventude e dos desportos.
Igualmente o antigo Ministro da Educação Nacional e Ensino Superior, Cirilo Mamasaliu Djaló, foi exonerado e automaticamente nomeado ao cargo do ministro da administração pública, Trabalho, Emprego e Segurança social.
Tomane Baldé, Ministro da Administração Pública, Trabalho, Emprego e Segurança Social demitido, e passa a ocupar a pasta do Alto Comissariado para a Covid 19, local onde esteve como comissário adjunto com regalias inerentes ao cargo do ministro.
A pasta do ministério da justiça e dos direitos humanos é nomeada a atual diretora da Polícia Judiciária, Teresa Alexandrinha da Silva, para o ministério da Educação Nacional é nomeado Abás Djalo e Timóteo Saba M´bunde à pasta do ensino superior e investigação científica.
No ministério dos transportes e comunicação foi nomeado Aristides Ocante da Silva, que até aqui era o conselheiro do Presidente da República.
Também no decreto Florentino Fernando Dias foi exonerado ao cargo do Secretário de Estado da Juventude e dos Desportos e agora passa a ocupar o cargo do Secretario de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Cornélia Lopes Man é exonerada ao Cargo da Secretaria de Estado da Gestão Hospitalar e Alfredo Malú ao cargo do secretário de Estado da Ordem Pública.
Entretanto, um outro decreto presidencial especifica a nova orgânica do Governo, que vai passar a ter 22 ministérios, sendo que o ministério da educação agora é divida entre educação e ensino superior e investigação científica, e 8 secretarias de Estado.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
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