Tentativa de golpe de Estado: ANALISTA DISSE QUE É UM ATO CONDENADO EM TODAS AS PERSPETIVAS
O comentador dos assuntos políticos da Rádio Sol Mansi, Rui Jorge Semedo, considera de muito triste e vergonhosa a situação verifica, ontem, no palácio do governo, onde foram verificadas trocas de tiro quando decorria o Conselho de Ministro.
Horas depois do acontecido e do pronunciamento do Presidente da República, Semedo disse que o ato é considerável “quer na perspetiva de um suposto golpe de Estado e quer na perspetiva de uma montagem”, porque teve as perdas de vida e as imagens do país entristecem todos os guineenses que vivem aqui ou na diáspora.
“Eu penso que o ato ocorrido, ontem, está associado à perspetiva contextual daquilo que acontece na África ocidental que está a ter o efeito bola de neve e o mesmo ato também está pode ser observado naquilo que tem sido nos últimos tempos a posição dos atores políticos da Guiné-Bissau mergulhado sempre em conflitos e isso criou um ambiente de tensão entre os responsáveis do órgão da soberania”, sustenta Rui Jorge numa análise a situação política do país.
Para Rui Jorge Semedo é importante frisar o depoimento do Presidente da República que “teoricamente não apontado o dedo ao seu adversário político”, mas com indícios de uma relação com o narcotráfico embora apontando a participação de alguns militares.
“Quando o narcotráfico tem a força ao ponto de desencadear ações desta natureza é porque na Guiné-Bissau, praticamente, podemos considerar que está ameaçada de desintegração por causa das ações do narcotráfico que acabou por invadir aquilo que um dos centros do poder do nosso país que é o palácio do governo”, disse.
O politólogo disse que apesar destas justificações sobre o ocorrido é preciso a abertura de uma investigação séria que vai permitir as pessoas saberem da real motivação do ato ocorrido no país.
O comentador da Sol Mansi espera que o processo seja conduzido com maior idoneidade e responsabilidade, porque “historicamente podemos perceber que no país as vezes existem armações feitas para que outras pessoas sejam acusadas”
“Que as pessoas que ameaçam a coesão interna e que põem em causa esta frágil estabilidade que vivemos sejam traduzidas à justiça e para que sejam cumpridas as normas necessárias dentro do estado de direito”, exorta.
Rui Jorge Semedo disse que ainda existe muita coisa por explicar e as pessoas ainda estão com muito receio de voltar às ruas com medo do que aconteceu, ontem.
“Resta aguardar ainda a evolução da situação. As coisas ainda estão muito confusas”, reafirma.
Ontem o país foi surpreendido com um sobressalto onde algumas pessoas armadas invadiram o palácio do governo onde decorria o Conselho de Ministros que estava a ser presidido pelo Presidente da República. Todas as pessoas na sala, segundo informações, foram feitas reféns.
Esta situação já é condenada por vários países e pela comunidade internacional onde a Guiné-Bissau está inserida.
Esta manhã, a agência Lusa avançou que o Estado-Maior das Forças Armadas já está a realizar uma operação de revista e procura de alguns elementos alegadamente envolvidos no ataque perpetrado contra o Palácio do Governo.
As mesmas fontes confirmaram que "várias pessoas" estão detidas no quartel do Estado-Maior General das Forças Armadas, na Fortaleza da Amura, por alegado envolvimento no ataque.
Neste momento, a mesma fonte avança que, uma missão de militares do Estado-Maior realiza operações de recolha de "mais elementos" no Palácio do Governo, acrescentaram as mesmas fontes.
A Rádio Sol Mansi confirma que algumas vias foram fechadas desde ontem restringindo a circulação das pessoas.
Esta manhã as pessoas estão a circular em número muito reduzido, as escolas fecharam as portas, os ministérios e o palácio do governo foram fechados.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
- Created on .