Caso Seis Bilhões: MINISTÉRIO PÚBLICO REFUTOU AS DENÚNCIAS DO PRESIDENTE DO PARLAMENTO DA GUINÉ-BISSAU
A Procuradoria-Geral da República refutou as declarações do Presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, em como os três dos seis bilhões de cfa teriam sido pagos a um conselheiro próximo do presidente da república.
A procuradoria-geral da república reagiu através de uma nota enviada à Rádio Sol Mansi, na qual, considera que a realidade fatual dos autos demonstra que da carta assinada por Domingos Simões Pereira e o ex-ministro das finanças Suleimane Seide, das pessoas beneficiárias do montante em causa nenhum deles recebeu três bilhões como tinha denunciado o líder do parlamento.
Na nota, o ministério público revelou que um dos seis bilhões em investigação foi pago a uma empresa com sede em Panamá gerida pelo deputado da coligação política “Terra Ranka” Almame Cassamá.
No documento consultado pela Rádio Sol Mansi, a procuradoria-geral aponta que foram pagos 1 bilhão e seiscentos cinquenta e um milhões e quinhentos mil fcfa (1.651.500.000 cfa) ao hotel Império e Grupo ACD detido por Armando Correia Dias.
O ministério público avança ainda que o secretário do estado do tesouro do governo liderado pela coligação vencedora das últimas eleições pagou a si mesmo, quinhentos e noventa e oito milhões, trezentos e um mil e trezentos e oitenta fcfa(598.302.380 cfa) através da transferência efetuada para a conta da sua empresa Connecting Lda, e pagou a Vicente Fernandes, líder do Partido da Convergência Democrática (PCD) aliado da coligação PAI “Terra Ranka”, através da transferência para a sua conta, cinquenta milhões de cfa (50.000.000 cfa).
Por último, o ministério público enquanto instituição judicial detentora de ação penal, fiscal da legalidade manifesta a sua total abertura, já que o processo não se encontra na fase do segredo da justiça para fornecer a qualquer interessado o acesso às cópias dos autos para consulta.
O caso seis (6) bilhões continua em ribalta e acusações entre atores políticos nacionais.
Esta quarta-feira o ex-ministro das finanças Suleimane Seide foi sequestrado por homens não identificados. Horas depois a liga guineense dos direitos humanos acusou o ministério do interior e da ordem pública de se transformar numa instituição de ilegalidade e de impunidade.
O sequestro do governante e militante do PAICG ocorreu horas depois de o presidente do parlamento ter denunciado numa conferência de imprensa que três dos seis bilhões sob a investigação foram pagos a um conselheiro próximo do presidente da república Umaro Sissoco Embaló.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos considera que não havia motivos legais para justificar a detenção de Suleimane Seide. Bubacar Turé, acredita que esta detenção considerada de “ilegal” é uma perseguição política contra os adversários políticos do presidente da república.
Por: Ussumane Mané
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