AGRESSÃO ENTRE DEPUTADOS MOTIVA A SUSPENSÃO DA SESSÃO
A sessão parlamentar, desta quinta-feira (02 de Julho), ficou suspensa devido a um desentendimento entre os deputados que resultou em agressões e confrontos de palavras. Durante os confrontos, o líder do hemiciclo foi retirado da sala e a sessão deve ser retomada amanhã (03).
O desentendimento vem na sequência da declaração política do MADEM G-15, apresentado hoje, em resposta a declaração política feita ontem pela bancada parlamentar do PAIGC.
Ontem (01), o grupo parlamentar do PAIGC, na sua declaração política, disse que retomaram os trabalhos da quarta sessão ordinária da décima legislatura, “com o clima do medo” e do “terror implementado pelo actual regime no poder, para enfrentar com firmeza e determinação os factos e actos que estão a pôr em causa os direitos humanos, a liberdade de expressão e o estado do direito democrático construído com muito sacrifício e que se pretendem consolidar no país”.
E hoje (03), o grupo parlamentar do Madem-G15, também na sua declaração política, defendeu que “nada absolutamente” está alterado em termo de segurança invocado no requerimento do PAIGC. Segundo o MADEM G15, a intenção dos libertadores era de boicotar a sessão e só não se conseguiu concretizar por falta da maioria “que já se deslocou e rechiando a perda do mandato”.
Entretanto, na sequência da agressão entre os representantes do povo guineense, em declaração aos jornalistas, o líder do grupo parlamentar do MADEM-G15, Abudo Mané, acusa o PAIGC de estar desesperado e de querer inviabilizar o funcionamento normal do parlamento.
“É desespero porque que perderam o sentido e a maioria parlamentar e por isso compremos isso mas não esperávamos que chegasse a este ponto”, acusa.
Para o líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Daniel Suleimane Embalo, o PRS está preocupado com o comportamento do PAIGC que não quer que o parlamento funcione e está a tentar bloquear os trabalhos.
“Eles não querem que os órgãos da soberania funcione e estão aqui para perturbar tudo de bom. Queremos paz e estabilidade mas que a democracia funcione”.
Já o líder da bancada parlamentar da Assembleia do Povo Unido Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Marciano Indi, condena e lamenta o acto das agressões dos deputados porque, segundo ele, não ajuda no normal funcionamento do parlamento almejado pelos guineenses.
“A força não pode prevalecer e nenhum deputado deve pretender aplicar a força em detrimento de outro. É bom corrigirmos algo que não nos ajuda e nem dignifica a casa do povo. Estamos aqui e devemos respeitar as leis da república”
O porta-voz do grupo parlamentar do PAIGC, Hélder Barros, lamentou o sucedido na casa do povo embora admite que é o direito de qualquer bancada parlamentar fazer a sua declaração política.
“Ontem fizemos a nossa declaração sem insultos. Mas hoje todos tiveram oportunidade de ouvir o que acontece e quando se profere palavras insultuosas de um deputado, é algo que não deve acontecer”.
A sessão começou na segunda-feira com a ausência da maioria dos deputados do PAIGC e no mesmo dia foi aprovada com maioria o programa de governo de Nuno Gomes Nabiam.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá
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